01 novembro 2006

Seis coisas que as pessoas não sabem a meu respeito

Muito tempo desde que atualizei o blog pela última vez. Muita coisa aconteceu desde o último post: mudei de emprego, estou fazendo assessoria para uma outra empresa, mudanças pessoais, profissionais, planos pro futuro, muitos planos... E o mais legal é saber que as pessoas gostam de ler, cobram atualizações, deixam recados desaforados, enfim... Prometo ser mais ágil nas atualizações. O texto aí de baixo não é meu, li num outro blog e gostei muito, dei uma adaptada, inseri outras coisas e ficou mais parecido comigo.


6 coisas que as pessoas não sabem a meu respeito

1. Penso coisas bizarras sobre uma pessoa enquanto ela fala. Sinto-me culpado e tento retirar mentalmente o que pensei. O problema é que fico nessa situação até a pessoa terminar de falar, nesse jogo de pensar, retirar o pensamento, pensar, retirar o pensamento... Dá uma canseira! O único problema é que sempre tenho que terminar o diálogo com um pensamento positivo. Então ta!!!

2. Acredito que todo ser humano, na idade sexual, deveria experimentar – pelo menos uma vez na vida – a sensação de se masturbar num local público. Uma vez me masturbei num local público. Confesso que é uma sensação impar...

3. Quando estou sozinho em casa, sempre saio correndo porque acredito que tem um fantasma atrás de mim. Invariavelmente dou uma olhadinha e reconheço: continuo sozinho em casa, pelo menos visivelmente.

4. Se eu quero alguma coisa, posso até fazer de conta que não quero, posso até demorar para caralho para conseguir, mas, sempre tenho absoluta e irracional convicção de que vou conseguir. Algumas vezes consigo...

5. Essa aqui, a teoria da Gestalt é quem trabalha ativamente em meu inconsciente. Sempre que vejo uma pessoa conhecida na rua, com determinadas características, antes de cumprimentar, sempre dou um jeitinho de olhar para seu rosto. Isso só pra ter a certeza de que é alguém que realmente eu conheça.

6. Imagino milhares de vezes quando e como as pessoas que convivem comigo, direta ou indiretamente, vão morrer... Sofro todas as vezes que penso isso.

Façam isso também. É catártico... Às vezes, até divertido!!!

03 agosto 2006

Parece mesmo que tudo isso foi ontem...

Fazer aniversário, até uns oito, nove anos, era uma diversão... Ficava na porta de casa esperando os convidados, aliás, convidados, não, os presentes... Minha mãe fazia questão de comemorar o dia, que envolvia todos lá em casa! E sempre às 5h55 da manhã (horário que nasci), ela fazia questão de me acordar para me dar os parabéns... Adorava aquilo e ainda gosto quando ela me liga cedinho. Depois, passei a não gostar da data. Hoje, apesar de ainda não gostar muito, convivo de forma harmoniosa com isso. E parando para olhar para trás, parece mesmo que tudo isso foi ontem... O tempo passa rápido mesmo! E lá já se vão 26 anos. Dez dos quais vivo em Salvador. Hoje, os parabéns começaram cedo, mensagens, telemensagens, parabéns via MSN, Orkut...

Como é impossível passar imune a tantas coisas na vida, também é impossível não fazer um balanço de todo este tempo... Nada pra mim foi fácil! Não sei se faria tudo que fiz outra vez, mas, não me arrependo do que fiz, nem do que não fiz... Conheço algumas pessoas que, por muito menos, teriam desistido. Como não desisto fácil, de nada, estou hoje escrevendo esse texto. Pequenas e grandes conquistas, decepções, dores, amores, paixões, desilusões, dificuldades, aprendizados. Sei o peso de cada um destes adjetivos. Quebrei a cara algumas vezes e não aprendi... Muita coisa passou, outras, ficarão para sempre: amigos verdadeiros, saudade, situações impagáveis, pequenas conquistas, muitas coisas grandes pra conquistar. Caminhei bastante... Muitas vezes não cheguei a lugar nenhum. Paciência...

Guardo ainda alguma essência do Marcos que saio do interior para morar aqui, embora boa parte dele tenha ficado perdido em algum lugar do passado. O Marcos Paulo Sales que hoje escreve este texto é outro! Hoje tenho uma concepção diferente das coisas, das situações, das pessoas. Acredito que tudo pode ser mais simples... Mudei muito, não sei se pra melhor mas, vivo melhor comigo mesmo. Aprendi muito é posso afirmar que não sou efêmero em nada que faço. Quando acredito, vivo tudo de forma intensa, visceral.

Hoje me sinto bem parecido com essa letra de Caetano: “Onde será que isso começa/ A correnteza sem paragem/ O viajar de uma viagem/ A outra viagem que não cessa/ Cheguei ao nome da cidade/ Não a cidade mesma espessa/ Rio que não é Rio: imagens/ Essa cidade me atravessa/ Ôôôô êh boi êh bus/ Será que tudo me interessa/ Cada coisa é demais e tantas/ Quais eram minhas esperanças/ O que é ameaça e o que é promessa/ Ruas voando sobre ruas/ Letras demais, tudo mentindo/ O Redentor que horror, que lindo/ Meninos maus, mulheres nuas/ Ôôôô êh boi êh bus/ A gente chega sem chegar/ Não há meada, é só o fio/ Será que pra meu próprio Rio/ Este Rio é mais mar que mar/ Ôôôô êh boi êh bus/ Sertão ê mar”...

É isso, fazer 26 anos hoje, me deixou leve e me fez sentir querido... Fiquei com vontade de postar essa música, de um CD que adoro, e que escuto desde ontem...


O Meu Sim
Marina Lima
Composição: Marina Lima/Antonio Cicero

E eu quisera ser só eu
Quando o mundo era menor
E hoje eu sei
Que sou mais eu
Prá melhor ou prá pior

E eu vou seguindo
Alguns sinais
Que primeiro eu inverti
Mas quando puder olhar prá trás
Você vai brilhar ali

Perigo na esquina
Proibido parar
Antes de chegar a mim
Minha vida absurda
E a terra a girar
Quem escuta o meu sim?
Quem escuta o meu sim...

Quem sabe um dia
Eu lhe descrevo
Estes círculos que penso
Ao navegar por certos trevos
Em que os sonhos são mais densos

E às vezes alta madrugada
Ficam dúvidas com tudo
Talvez o fim seja nada
E a estrada seja tudo
Perigo na curva
Proibido parar
Antes de chegar a mim
Minha vida absurda
E a terra a girar
Quem escuta o meu sim?
Quem escuta o meu sim...

24 julho 2006

“Isso é inquietação espiritual”

Imagine você se pudéssemos atribuir todas as nossas desgraças, projetos bem ou mal sucedidos, medos e receios a seres do outro mundo? Isso ganha proporção maior quando esses “seres” são potencializados pela figura do diabo... Que coisa mais bizarra isso! Não sou ateu, católico, agnóstico, fanático extremista nem budista. Acredito que traço eu, apenas eu, a cada dia, o meu próprio destino... E neste questionamento, vale uma máxima que ouvi de uma pessoa outro dia: “isso é inquietação espiritual”. É isso e pronto!

Ia falar no plural, mas, vai no singular mesmo pra ele saber que é ele: tenho um amigo que não joga Paciência de jeito nenhum após a meia noite. Tem cabimento? Claro que não! Isso é uma inquietação, espiritual ou não... Um simples joguinho, disputado com um programinha do PC... Que mal faz jogá-lo após a meia noite? Isso é inquietação espiritual, segundo a definição que ouvi! Viver é uma eterna inquietação. A vida é cheia de inconstâncias... As pessoas são inquietas, inconstantes e insanas! E eu, claro, estou no meio de tudo isso, nesse vendaval...

Claro que falar dos outros é bom... Dos medos e receios alheios. Mas hoje, especialmente hoje, não sei por que, também estou inquieto! Ansioso! Cheio de expectativas... Estou apostando em algumas coisas e pagando pra ver resultados positivos...

Mais Simples - A música de hoje é uma obra-prima de José Miguel Winisk, belíssima na voz de Zizi Possi. Essa foi uma das músicas que representou muito na carreira dela. O disco, de mesmo nome, vale por tudo...


Mais Simples
Zizi Possi
Composição: José Miguel Winisk

É sobre-humano amar
'cê sabe muito bem'
É sobre-humano amar, sentir,
Doer, gozar
Ser feliz
Vê quem sou eu quem te diz
Não fique triste assim
É soberano e está em ti querer até
Muito mais
A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples?
Mas deixa tudo e me chama
Eu gosto de te ter
Como se já não fosse a coisa mais humana
Esquecer
É sobre-humano viver
E como não seria
Sinto que fiz esta canção em parceria
Com vocêA
vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples?

10 julho 2006

As leis de Murphy

Todo mundo já ouviu falar das tais leis de Murphy, certo? Certo mas, você sabe quais são elas? Não? Na verdade, não conheço todas as leis e nem sei se esse tal de Murphy existe mesmo... Confesso que já fui beneficiado algumas vezes, outras, me tirou a paciência... Quantas vezes já acendi um cigarro num ponto de ônibus para ver se o meu chegava logo... hehehehe... Nada!!! Pesquisando agora na internet, descobri os 100 melhores enunciados de suas leis. É pra se divertir muito (ou chorar). Aproveite!


1. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.
2. A beleza está à flor da pele, mas a feiúra vai até o osso!
3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.
4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que causar mais prejuízo.
6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.
7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para:
a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já tinha previsto tudo em seu último relatório.
8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.
9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.
10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é mal, acontece.
11. Em qualquer fórmula, as constantes (especialmente as registradas nos manuais de engenharia) deverão ser consideradas variáveis.
12. As peças que exigem maior manutenção ficarão no local mais inacessível do aparelho.
13. Se você tem alguma coisa há muito tempo, pode jogar fora. Se você joga fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo...
14. O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.
15. Quando te ligam:- se você tem caneta não tem papel.- se tem papel não tem caneta.- se tem ambos ninguém liga.
16. Não se chateie se a programação da TV lhe parece chata: amanhã será pior.
17. Entre dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um improvável.
18. Quase tudo é mais fácil de enfiar do que de tirar.
19. Mesmo o objeto mais inanimado tem movimento suficiente para ficar na sua frente e provocar uma canelada.
20. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda provocará mais destruição do que se deixássemos o objeto cair naturalmente.
21. A única falta que o juiz de futebol apita com absoluta certeza é aquela em que ele está absolutamente errado.
22. Por mais bem feito que seja o seu trabalho, o patrão sempre achará onde riscá-lo.
23. Nenhum patrão mantém um empregado que está certo o tempo todo.
24. Adiar é a forma mais perfeita de negar.
25. Quando político fala em corrupção, os verbos são sempre usados no passado.
26. Se você for esperar o motivo certo para fazer alguma coisa, nunca fará nada.
27. Os assuntos mais simples são aqueles que você não entende nada.
28. Dois monólogos não fazem um diálogo.
29. Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, você não precisa de conselho.
30. Para o bom executivo, todas as regras foram feitas para serem rompidas sempre que necessário.
31. Crie uma praga e ofereça-se imediatamente como o salvador da lavoura.
32. Nunca avise que a declaração que vai fazer é importante.
33. Toda a idéia revolucionária provoca três estágios: 1º. 'é impossível - não perca meu tempo.' 2º. 'é possível, mas não vale o esforço' 3º. 'eu sempre disse que era uma boa idéia'
34. A informação que obriga a uma mudança radical no projeto sempre chega ao projetista depois do trabalho terminado, executado e funcionando maravilhosamente (também conhecida como síndrome do: "P****! Mas só agora!!!").
35. Um homem com um relógio sabe a hora certa. Um homem com dois relógios sabe apenas a média.
36. Só sabe a profundidade da poça quem cai nela.
37. Nada é impossível para quem não tem que fazer o trabalho.
38. Ciência exata é profetizar sobre o que já aconteceu.
39. Se há um trabalho difícil de ser feito, entregue-o a um preguiçoso. Ele descobrirá a maneira mais fácil de fazê-lo.
40. Quando se tem muito tempo para começar um trabalho, o primeiro esforço é mínimo. Quando o tempo se reduz a zero, o esforço beira as raias do infinito.
41. Nada jamais é executado dentro do prazo ou do orçamento.
42. As variáveis variam menos que as constantes.
43. Não é possível alcançar o total exato de qualquer soma com mais de dez parcelas depois das cinco horas da tarde de sexta feira. O total exato será encontrado facilmente as 9:01 da manhã de segunda feira.
44. Entregas de caminhão que normalmente levam um dia levarão cinco quando você depender da entrega.
45. Depois de acrescentar ao cronograma duas semanas paras atrasos imprevisíveis, acrescente mais duas para atrasos previsíveis.
46. Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado seu fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível a qualquer outro idiota.
47. Qualquer programa quando começa a funcionar já está obsoleto.
48. Qualquer upgrade custa mais e leva mais tempo para aprender.
49. Só quando um programa já está sendo usado há seis meses, é que se descobre um erro fundamental.
50. Depois da linguagem cibernética, a linguagem mais falada pelos programadores é a obscena.
51. A ferramenta quando cai no chão sempre rola para o canto mais inacessível do aposento. A caminho do canto, a ferramenta acerta primeiro o seu dedão.
52. Só um idiota tem talento típico para plagiar outro idiota.
53. Guia prático para a ciência moderna: - Se se mexe, pertence à biologia. - Se fede, pertence à química. - Se não funciona, pertence à física. - Se ninguém entende, é matemática. - Se não faz sentido, é economia ou psicologia.
54. A diferença entre as leis de Murphy e as leis da natureza é que na natureza as coisas dão erradas sempre do mesmo jeito.
55. O número de exceções sempre ultrapassa o numero de regras. E há sempre exceções às exceções já estabelecidas.
56. Ninguém nunca está ouvindo, até você cometer um erro.
57. Qualquer coisa entre parênteses pode ser ignorada (com vantagem, como vê neste exemplo perfeitamente inútil).
58. Se o curso que você desejava fazer só tem n vagas, pode ter certeza de que você será o candidato n + 1 a tentar se matricular.
59. Oitenta por cento do exame final da sua prova da faculdade será baseada na única aula que você perdeu, baseada no único livro que você não leu.
60. Cada professor parte do pressuposto de que você não tem mais o que fazer, senão estudar a matéria dele.
61. A citação mais valiosa para a sua redação será aquela em que você não consegue lembrar o nome do autor.
62. Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai fazer nunca.
63. A maioria dos trabalhos manuais exigem três mãos para serem executados.
64. As porcas que sobraram de um trabalho nunca se encaixam nos parafusos que também sobraram.
65. Quanto mais cuidadosamente você planejar um trabalho, maior será sua confusão mental quando algo der errado.
66. Os pontos de acesso a uma máquina serão sempre pequenos demais para a passagem das ferramentas, ou grandes para passagem delas, mas não suficiente para a passagem de sua mão quando elas caírem.
67. Em qualquer circuito eletrônico, o componente de vida mais curta será instalado no lugar de mais difícil acesso.
68. Qualquer desenho de circuito eletrônico deve conter pelo menos uma peça obsoleta, duas impossíveis de encontrar, e três ainda sendo testadas (por você, é claro).
69. Na última hora o engenheiro industrial mudará os desenhos originais para incluir novos defeitos. E as modificações não serão mencionadas no manual de instruções, já impresso.
70. O tempo para executar uma tarefa é 3 vezes superior ao tempo inicialmente previsto. Se, ao calcular a duração da tarefa, multiplicarmos por 3 o tempo previsto de modo a obter o resultado correto, nesse caso, a tarefa demorará 9 vezes esse tempo.
71. Uma gravata limpa sempre atrai a sopa do dia.
72. Se está escrito "Tamanho único", é porque não serve em ninguém.
73. Se o sapato serve, é feio!
74. Nunca há horas suficientes em um dia, mas sempre há muitos dias antes do sábado.
75. Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.
76. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.
77. A informação mais necessária é sempre a menos disponível.
78. A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.
79. Gato sempre cai em pé. Não adianta amarrar o pão com manteiga nas costas do gato e o jogar no carpete. Provavelmente o gato comerá o pão antes de cair... em pé.
80. A fila do lado sempre anda mais rápido.
81. As coisas podem piorar, você é que não tem imaginação.
82. O material é danificado segundo a proporção direta do seu valor.
83. Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.
84. Lei de Murphy no ciclismo: não importa para onde você vai; é sempre morro acima e contra o vento.
85. Por mais tomadas que se tenham em casa, os móveis estão sempre na frente.
86. Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda, e o que não sai.
87. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
88. Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral ou engorda.
89. Por que será que números errados nunca estão ocupados?
90. Mas você nunca vai usar todo esse espaço de Winchester!
91. Se você não está confuso, não está prestando atenção.
92. Na guerra, o inimigo ataca em duas ocasiões: quando ele está preparado, e quando você não está.
93. Lei de Murphy na escola: se for prova com consulta, você esquecerá seu livro; se for lição de casa, esquecerá onde mora.
94. Amigos vêm e se vão, inimigos se acumulam.
95. A Lei de Murphy é algo transcendente. Lavar o seu carro para fazer com que chova não funciona.
96. Um documento importante irá demonstrar sua importância quando, espontaneamente, ele se mover do lugar que você o deixou para o lugar onde você não irá encontrá-lo.
97. As crianças são incríveis. Em geral, elas repetem palavra por palavra aquilo que você não deveria ter dito.
98. Uma maneira de se parar um cavalo de corrida é apostar nele.
99.Toda partícula que voa sempre encontra um olho.
100. Sorria! Amanhã será pior.

27 junho 2006

Chuva, frio, licor e cerveja... Ou jenipapo absoluto

Neste São João, paguei todos os meus pecados


Apesar do sarcasmo, dos carrinhos, excesso de faltas e cartões amarelo/vermelho... O Brasil está nas quartas de final. Vencemos Gana por 3x0. Quanto ao São João... Ainda dá tempo de postar alguma coisa e garanto: foi uma viagem insólita... Ou melhor, uma viagem para pagar todos os pecados. Meu São João começou assim... Como sempre (não mudo nunca!), perdi todas as caronas possíveis e deixei para comprar a passagem na última hora. Resultado: viajei para Itaberaba (minha cidade natal), em pé, na sexta-feira, pois trabalhei até o meio-dia. Nada menos que quatro horas de viagem, num ônibus lotado. Para se ter uma idéia da visão do inferno, nem no chão, no corredor do ônibus, dava para sentar. Me fazendo companhia, mais umas 20 pessoas, todas em pé. Isso causou um certo constrangimento, principalmente quando alguém pedia para encostar no braço das poltronas e o pedido era negado. A atmosfera era típica dos festejos juninos, desde a música, que se ouvia num radinho de pilha em algum lugar do ônibus, até o licor, socializado entre alguns viajantes. Ficar em pé me incomodava. O delírio e a vontade de chegar eram tão grandes que até cochilei em pé para tentar fugir daquilo... Parecia uma sessão de tortura chinesa! Mas o resultado foi bom, muito forró, muita conversa, licor à vontade, comidas típicas, reencontros, lembranças e até traumas de infância... Deu pra matar as saudades e passar um São João gostoso em família!

Cheguei na estação rodoviária do meu destino lá pelas 0h30... Ufa, que alívio! Alívio nada! Não combinei com ninguém lá de casa pra me pegar, todos já estavam na rua... Como a rodoviária fica distante, tive que ir de moto-taxi. Pois é, Itaberaba cresceu tem umas 3567 empresas de moto-taxi e, dizem, é a capital da Chapada Diamantina, apesar de ter apenas uns 80 mil habitantes (uma cidade calma, com um ritmo de vida peculiar de qualquer cidade do interior. E como toda cidade do interior, tem uma praça bacana, igrejas e uma emissora de rádio comunitária que fazem sucesso...). Depois de viajar essas quatro horas em PÉ, fui para casa de moto-taxi mesmo. Tive certeza que ali zerei todos os meus pecados com São João, São Pedro, Santo Antônio... Um frio de rachar, em torno de 14º, mochila nas costas, capacete, uma camisa que não me protegia em nada do frio, um sereno ralo, fumaça saindo pela boca, por causa da temperatura baixa... Parece até que eu estava fumando...

Pit-stop em casa, tomo banho, troco de roupa e vou para o circuito oficial... Dancei forró até amanhecer. Nó sábado só acordei lá pelo meio dia. Este ano, apareceu uma novidade por lá: o Forró do Bob, um destes forró’s fechados, estilo Forró do Visgo e Cia. Não gosto muito destas novidades, acho que descaracteriza o clima da festa. Não fui e não senti falta... Durante o dia, reunimos a família em casa, mães, irmãos, sobrinhos, conversamos, jogamos conversa fora, relembramos histórias antigas. Aproveitei para me inteirar de todas as novidades do Beco da Baiúca. Houve até um papo sócio-filosófico e até sexual sobre as origens do jenipapo. Isso mesmo... hehehehehe... Mas, isso já é motivo para um outro post. Bebi muito licor, falei muita bobagem, fiquei bêbado... À noite, consegui ir novamente pro circuito... A viagem de volta foi mais tranqüila. Talvez tenha aprendido e comprei a passagem de volta pra Salvador assim que cheguei em Itaberaba...


Genipapo Absoluto
(Caetano Veloso)

Como será pois se ardiam fogueiras
Com olhos de areia quem viu
Praias, paixões fevereiras
Não dizem o que junhos de fumaça e frio
Onde e quando é genipapo absoluto
Meu pai, seu Tanino, seu mel
Prensa, esperança, sofrer prazeria
Promessa, poesia, Mabel

Cantar é mais do que lembrar
É mais do que ter tido aquilo então
Mais do que viver do que sonhar
É ter o coração daquilo

Tudo são trechos que escuto – vêm dela
Pois minha mãe é minha voz
Como será que isso era este som
Que hoje sim, gera sóis, dói em nós
"Aquele que considera"
A saudade de uma mera contraluz que vem
Do que deixou pra trás
Não, esse só desfaz o signo
E a "rosa também"

26 junho 2006

Segunda-feira: 1001 coisas pra fazer...

Galera leitora do meu blog: sei que ando em falta com todos, mas, esse final de semestre foi complicado. Agora mesmo estou tentando terminar um estudo de caso sobre marketing cultural. E o pior: perigando ir pra final... Tomara que não! E ainda tenho que fechar o jornal aqui da assessoria. Ao todo, 1001 coisas pra fazer... Juba, nosso encontro com Rê tá de pé, viu, vê se não fura... rsrsrsrs... Quanto às suas terapias diárias (meus textos), prometo que logo, logo, volto a saciar sua alma!!! Camilet, ou, Mila Casé, pensa naquela idéia que te falei e me procura. Renata, aquela letra é muito legal, né (Lugares Proibidos)? É uma música de Helena Elis, cantora que não conhecia! Ouvi algumas vezes na Nova Brasil. Respondendo sua pergunta: confesso que estava apaixonado... Hoje estou mais apaixonado ainda... apaixonado pela vida, pelas pessoas, por minha família, pelos amigos de verdade, pelos que me estimam e até os que, por algum motivo, não gostam de mim... rsrsrsrsrsrs... Quanto ao São João, amanhã conto tudo... Thaise, não esquece de ver com a filosofa o lance da feira e me fala, viu! Fá, me perdoa, falhei com você, né! Mas, como te falei, o novo sistema de busca está horrível. Acho que a solução é dar um pulo lá e fazer a pesquisa. E o São João? E a resolução do nosso problema com Xanda? Vamos agilizar...

Bom dia a todos,


Admito Que Perdi
(Marina Lima/Paulinho Moska)

Se você não suporta mais tanta realidade
Se tudo tanto faz, nada tem finalidade
Então prá que viver comigo?

Eu não vou ficar prá ver nossa ponte incendiada
Nossa igreja destruída, nossa estrada rachada
Pela grande explosão que pode acontecer
No nosso abrigo

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses:
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma mas admito que perdi

E agora vou me perder nesse planeta conhecido
Intuir novos mistérios, descobrir outros sentidos
Naquelas palavras marcadas na carta de adeus

Meu corpo vai sobreviver mesmo estando ferido
E até na hora de morrer eu não vou me dar por vencido
Porque sei que meus perdões vão estar bem
Ao lado dos teus

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses:
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Jurei por sua alma mas... perdi

23 junho 2006

Lugares Proibidos

(Helena Elis)

Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já

Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem data
Chega mais cedo amor
Eu finjo que não esperava

Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já

São João... Viajo agora com o coração partido...
Segunda-feira tô de volta...

21 junho 2006

“Cretino mesmo é quem se acha a última linha preta do tonner”


“Cretino mesmo é quem se acha a última linha preta do tonner”... Hehehehe... Ouvi esta frase essa semana e não agüentei... Fiquei um tempão rindo da bobagem. Mas, concordo: o que tem de gente se achando a última linha preta do tonner por aí não é brincadeira! Pra completar, fui surpreendido com uma pergunta que me fez pensar: você sabe o que Bóris Casoy e Zeca Camargo têm em comum? E qual a ligação entre Luisa Mell e Ana Paula Padrão? Podem dizer o que Marília Gabriela tem e Fátima Bernardes também?". Essas são perguntas que merecem reflexões profundas. Tem gente que é cretina mesmo... E tem jornalista que é estrela... Para os mais apressadinhos que estão lendo meu blog agora, morrendo de curiosidade, é só clicar no link que aparece aqui para descobrir.

Para descontrair a leitura nesta quarta-feira chuvosa, início de inverno, quando as noites devem ficar mais longas e os dias mais curtos, selecionei uma série de manchetes navegando nos principais jornais da Internet. Cada coisa... Então, vamos ao rosário: Casseta bate recorde com homenagem a Bussunda; Chico Buarque marca 3 no jogo em que festejou 62 anos; Clodovil interpreta personagens femininos no TCA; Estudo explica elo entre maconha e fome; Cigana Samantha prevê futuro de internautas...

A nota sobre o Casseta Bussunda, não causou muito impacto. Curto e impessoal, o texto não refletiu o sentimento do brasileiro, que perdeu, prematuramente, um craque do humor. A edição especial do Casseta & Planeta, que foi ao ar ontem em homenagem ao humorista, obteve média de 48 pontos no Ibope e share – participação de televisores ligados no momento do programa – de 67%. O programa costumava ficar com 40 pontos. O humorístico exibiu os melhores momentos de Bussunda e entrevistas feitas por ele com Ayrton Senna e Ronaldo. O jornalista que escreveu, com certeza, poderia seguir dois caminhos sem medo de errar: ser mais emotivo ou adotar uma pitada de humor no texto... Coisas do jornalismo online...

E essa foi a melhor de todas que encontrei: Chico Buarque marca 3 no jogo em que festejou 62 anos. Isso sim, representa empenho no futebol. A partida terminou com o placar de 9 X 5 para a equipe comandada por Chico, que marcou 3 gols. Detalhe: ele estava na Alemanha. Bem que poderia ser convocado por Parreira! Enquanto isso, em algum lugar na terra de Hittler... Jogadores que se acham a última linha do tonner insistem em deixar em frangalhos o coração de 180 milhões de brasileiros. Tomara que nossa seleção esteja empenhada para o jogo de amanhã! Não basta ganhar, tem que fazer espetáculo, afinal, somos a melhor seleção do mundo!

Já o impagável Clodovil, promete interpretar no palco do TCA diferentes papéis femininos no espetáculo 'Eu e ela'... representações de intérpretes como Billie Holiday e Carmen Miranda estão na pauta. E a imprensa local... garante que ele vai emocionar o público baiano em canções como Tatuagem, Gracias a la vida e Ne me quitte pas. Confesso que fiquei curioso para ver!

E o que falar da larica? Pois é, um neurocirurgião brasileiro descobriu por que a maconha provoca isso. Será que foi uma pesquisa de campo ou uma auto-pesquisa? Quem vai saber... A verdade é que ele conseguiu elucidar a relação entre hormônios e moléculas canabinóides que existem naturalmente no cérebro humano. A reação ocorre através de mecanismo bioquímico, que conecta a regulação do apetite aos chamados endocanabinóides – substâncias naturais do organismo que imitam a ação dos derivados da a maconha. O novo trabalho pode ter implicações para o estudo de mecanismos regulatórios de estresse, sono e memória e apontar alvo para drogas. Gostei da descoberta...

“Cigana Samantha prevê futuro de internautas”. Bom, para fechar com chave de ouro, o que dizer da Cigana Samantha? Conhecem? Para quem ainda não conhece, ela é capaz de prever o futuro pela internet... Hehehehehe! Detalhe: é tudo de graça, basta um clique... Aliás, nada é de graça nessa vida... custa apenas alguns cliques!

Pior do que essa da Samantha, só o “Urinol Sensual”. Isso mesmo, é aquela foto que está lá em cima, no início do post. Traduzindo: objetos moderninhos para banheiros, lançados pela Bathroom Mania! Já imaginou, ir tirar a água do joelho num banheiro qualquer e, ao invés de encontrar tudo normalzinho, você encontra lá uma boca enorme, vermelha e... sensual... Com certeza será um ato terrorista para os quem tem ejaculação precoce! Isso me faz lembrar a história de Chapeuzinho Vermelho... "Pra que esta boca tão grande..." Depois dessa, com certeza Samantha foi rebaixada... Quem manda não ser assim, uma Daniela Cicarelli...

Boa semana a todos, bom jogo!
Chegou o inverno...

14 junho 2006

Razão e emoção – Bess, you is my woman now!

“Refletir é transgredir a ordem do superficial”. Estava pensando sobre essa frase, titulo de livro da escritora Lia Luft. Transgredir, às vezes, é uma forma de se conhecer melhor... É romper os limites do supérfluo... Adotei essa filosofia e voltei a me permiti algumas coisas... Caminhei na praia, bebi muita champanhe, ri e me divertir. Às vezes é bom perder o time das coisas. Descobri muitas outras coisas soube tantos outros assuntos... Reencontrei comigo quando vi minha outra face, revi conceitos e percebi coisas imperceptíveis. Passei a fazer tudo que não fazia ou o que sempre evitei fazer. Deixei de ser tão racional. A racionalidade é uma exigência da sociedade. Hoje, sei que não devo carregar este conceito de racionalidade comigo, pelo menos não tão a ferro e fogo.

Razão x emoção: aprendi que é impossível conjugar a vida estando preso a somente um destes conceitos (razão ou emoção), nunca, na vida, seriamos capazez de optar apenas por um destes caminhos. Discutir as idéias que temos sobre razão e emoção é sempre muito polêmico. Mas, que conceito é esse que norteia nossas vidas? Será que tesão, emoção e razão andam sempre juntos? Tenho certeza que esta tríade é fundamental para a saúde de uma relação mais íntima e precisa estar equacionada. E o que é que separa a razão da loucura? Existe uma linha tênue entre estes dois conceitos, sei disso. Não vou entrar no mérito.

Não sei se a razão é natural dos homens ou se é um conceito mental, construído ao longo dos tempos pela civilização. Organizar, coordenar, construir... Seguir metas, procedimentos, planejamentos... Parece tudo muito óbvio e fácil. Ser racional é só isso? Então, o que fazer com tudo aquilo que não podemos chamar de racional? Essa pergunta eu tento responder até hoje. Concordo com a celebre frase: “o coração tem razões que até a própria razão desconhece”. Na verdade, acredito que, em algumas momentos da vidas, somos muito mais emoção. Somos humanos, imperfeitos, intrincados num eterno processo ensino-aprendizagem. Esse processo já é racional e esse texto tá ficando muito confuso...

Nietzsche dizia que a vida é cíclica. Então, fico sem saber onde é o começo e onde é o fim das coisas. Será que as coisas, de fato, precisam passar por este processo? De racionalidade, volto a ser só emoção. Ou é apenas o contrário? Sócrates e Platão acreditavam que o corpo, as sensações, as emoções, são a fonte dos erros, da violência e da desordem. Para eles, o homem precisa se opor à sensibilidade, percepções e apetites do corpo. Buscar a essência das coisas, a verdade que vem dos pensamentos e idéias é o que vale. As opiniões e ilusões, as crenças religiosas e, principalmente, as contradições devem ser rejeitadas. Complicado isso!

Sei que, sem razão, o homem não teria sido capaz de fazer coisas memoráveis como cálculos matemáticos complicados, tornar seguro o vôo num avião, mesmo todo aquele equipamento sendo mais pesado que o ar; manter de pé, por milênios, as pirâmides do Egito; as torres gêmeas do World Trade Center; explodir a bomba atômica e dizimar milhares de vidas... Razão e emoção, para o bem ou para o mal... Decodificar a fala em códigos e criar o alfabeto, a palavra escrita, isso é fantástico e é racional e emocional também.

Sem a tal da emoção, que muitas vezes nos faz ficar insones, seria impossível ter criado tudo isso. Sem a emoção, jamais seriamos plenos em alguma coisa. Não amaríamos e nem estabeleceríamos relações de amizade, de afeto, de confiança com as pessoas... Sem emoção, o homem jamais teria criado obras literárias fantásticas. Alice no País das Maravilhas é prova disso! Nessa obra, complexa e cheia de metáforas, refletir, sobre temas aparentemente banais, é pré-requisito para entender a história. Engraçado como podemos aprender tanto com uma menina perdida em um país que não é o seu; um gato esperto, que tenta ser o seu guia neste novo mundo; e as descobertas. Ali, encontramos respostas e perguntas para vários questionamentos, para as coisas da vida! O que realmente somos? Como somos? Como vemos o outro? O que desejamos e o que realmente queremos de nossas vidas? O que fazemos, de fato, para que ocorram mudanças? Poxa, são tantos os temas recorrentes num livro de cunho infantil... A emoção, com certeza, é o que nos torna humanos!

Quando a razão se tornou o ideal de interpretação do mundo, a ausência de razão, a qual convencionamos chamar de loucura, passou a ser o que devemos excluir, banir da sociedade. E isso é feito cotidianamente, mesmo com aqueles que não são loucos. O que a sociedade fez, ao longo da história, com aqueles que não conseguiram controlar as contradições, os afetos, as paixões...? Sabemos muito bem o que foi feito com cada um deles... Mas, será que um certo grau de loucura não é uma condição para criar, para viver, para amar, para sofrer? Estas são perguntas que quero responder ao longo da vida...


Nouvelle Cuisine – A música de hoje... É uma das faixas mais interessante do disco de estréia de Marisa Monte, ao vivo. Bess, you is my woman now, de Gershwin, é pura emoção. E Marisa mostra-se excelente na segunda voz. Ela coadjuva com o cantor Carlos Fernando, do quinteto Nouvelle Cuisine. O arranjo, denso, também é pura emoção. A letra é um show à parte!

Bess, You Is My Woman Now!
(George Gershwin/DuBose Heyward/Ira Gershwin)

Porgy
Bless, you is my woman now!
You is! You is!
An' you mus! laugh an' sing
an' dance for two
instead of one
Want no wrinkle on yo!

brow, no-how.
Because de sorrow
of the pastis all done done
Oh, Bess, my Bess,
de real happiness
is jes' begun!

Bess
Porgy, I's yo' woman now!
I is, I is!
An' I ain' never goin' nowhere
less you shares de fun
Dere's no wrinkle
on my brow, no-how
But I ain' goin'!
You hear me sayin'
If you-ain' goin' ,
wid you l'm stayin'.
Porgy, I's yo' woman now,
I's yours forever
Mornin' time an' evenin' time
an' summer time an' winter time

Porgy
Mornin' time an' evenin' time
an' summer time an' winter time
Bess, you got yo' man!
Bess, you is my woman
now an' forever
Dis life is jes' begun
Bess we two is one
now an' forever
Oh Bess, don' min'
dose women
You got yo' Porgy
you loves yo' Porgy
I knows you means it,
I seen it in yo' eyes, Bess
We'll go swingin'
through de years a-singin'
Hmmm... Momin' timean'
evenin' timean' summer time an' winter time
My Bess, My Bess,
from dis minute I'm tellin' you
I keep dis vow, oh my Bessie
We's happy now
We is one now


Bess
Porgy, I's yo woman now!
I is! I is!
An' I ain' never
goin' nowhere'
less you shares the fun
Dere's no wrinkle
on my brown, no-how
But I ain'goin'!
You hear me sayin'
If You ain goin',
wid you I'm stayn'.
Porgy I's yo woman now!
I's yours forever
Mornin'time an' evenin'timean' summer time
an' winter time
Oh my Porgy, my man Porgy
From dis minute
I'm tellin' you,
I keep dis vow, Porgy
I's yo' woman now

08 junho 2006

Diariamente

Nando Reis


Para calar a boca: Rícino
Pra lavar a roupa: Omo
Para viagem longa: Jato
Para difíceis contas: Calculadora
Para o pneu na lona: Jacaré
Para a pantalona: Nesga
Para pular a onda: Litoral
Para lápis ter ponta: Apontador
Para o Pará e o Amazonas: Látex
Para parar na pamplona: Assis
Para trazer à tona: Homem - Rã
Para a melhor azeitona: Ibéria
Para o presente da noiva: Marzipã
Para Adidas o Conga: Nacional
Para o outono a folha: Exclusão
Para embaixo da sombra: Guarda-Sol
Para todas as coisas: Dicionário
Para que fiquem prontas: Paciência
Para dormir a fronha: Madrigal
Para brincar na gangorra: Dois
Para fazer uma toca: Bobs
Para beber uma coca: Drops
Para ferver uma sopa: Graus
Para a luz lá na roça: 220 volts
Para vigias em ronda: Café
Para limpar a lousa: Apagador
Para o beijo da moça: Paladar
Para uma voz muito rouca: Hortelã
Para a cor roxa: Ataúde
Para a galocha: Verlon
Para ser moda: Melancia
Para abrir a rosa: Temporada
Para aumentar a vitrola: Sábado
Para a cama de mola: Hóspede
Para trancar bem a porta: Cadeado
Para que serve a calota: Volkswagen
Para quem não acorda: Balde
Para a letra torta: Pauta
Para parecer mais nova: Avon
Para os dias de prova: Amnésia
Pra estourar pipoca: Barulho
Para quem se afoga: Isopor
Para levar na escola: Condução
Para os dias de folga: Namorado
Para o automóvel que capota: Guincho
Para fechar uma aposta: Paraninfo
Para quem se comporta: Brinde
Para a mulher que aborta: Repouso
Para saber a resposta: Vide - o - Verso
Para escolher a compota: Jundiaí
Para a menina que engorda: Hipofagi
Para a comida das orcas: Krill
Para o telefone que toca
Para a água lá na poça
Para a mesa que vai ser posta
Para você o que você gosta
Diariamente

06 junho 2006

6 6 6 – O dia hoje é pra ficar em casa...

Engraçado como somos suscetíveis, paradoxais e contraditórios. Se por um lado evoluímos na ciência, nas artes, nas relações, em tecnologia; do outro, ainda criamos especulações, mitificações e cultivamos o medo. Talvez isso tudo sirva para dar sentido à vida. Um amigo estava comentando comigo que hoje é dia de fanáticos religiosos saírem pregando e gritando pelas ruas. Não gosto de criticar este comportamento, acho que religião, já que existe, deve ser respeitada. A verdade é que a data de hoje (06/06/06 = 666), está causando frisson. Interpretações da Bíblia revelam que o anticristo virá com a marca “666” na mão direita ou na testa. É a própria figura do diabo. E a imprensa adora tudo isso...

A indústria cinematográfica americana, claro, saiu na frente e lançou mundialmente A profecia (The omen, EUA, 2006), remake do clássico de terror de 1976. Recebi convite para a pré-estréia, à meia-noite de hoje. Claro, priorizei meu sono, apesar de adorar este tipo de filme. Depois me arrependi. Tive insônia e só consegui dormir depois das 2h. Resultado: perdi o horário e cheguei mais tarde no trabalho.

Entrando no mérito da questão, mas sem ser supersticioso, dizem que está na Bíblia, no Livro das Revelações, a seguinte informação: “a cabalística seqüência de números 6-6-6 representa a chegada do mal absoluto ao reino dos humanos”. Confesso, não chequei a informação, mas, pelo calendário que utilizamos, hoje é o sexto dia, do sexto mês, do ano de 2006. Dizem que hoje veremos a Besta surgir dos mares e criar exércitos em todos os lados, fazendo com que o homem se volte contra seu irmão até não existir mais ninguém sob a face da terra. Prefiro acreditar em Deus, nas forças do bem, no amor... Aproveitando esta aura de previsões, o filme (agora sob direção de John Moore - O vôo da Fênix e Atrás das linhas inimigas) carrega uma estratégia de lançamento interessante e oportunista, criando sensacionalismo.

Como podemos acreditar nisso, se todos os dias somos bombardeados com informações sobre o que já está “previsto”? É o homem contra o homem por uma causa nada nobre. É a natureza primitiva humana sendo posta em xeque todos os dias. Prefiro refletir sobre os episódios reais, ocorridos nos últimos anos, também citados no filme: os ataques terroristas ao World Trade Center, as tsunamis, o desastre do ônibus espacial Columbia... Prenúncios da chegada do anticristo? Acho que não... É uma viagem insólita rumo ao Apocalipse. Destes episódios, sim, devemos ter medo. Hoje, sinto como se fizéssemos uma viagem ao tempo, em que, sozinhos no escuro, sentíamos-nos tomados por uma inquietação sem nome, capaz de nos deixar insones por horas até o sono nos vencer.

Fiquei curioso e quero ver o filme num outro momento. Pelo sim, pelo não, vou esperar o dia de hoje terminar, sei lá... Enquanto isso, melhor locar um DVD, que pode ser uma comédia-romântica, ou aquelas narrativas em que a protagonista só consegue ser feliz no final do filme... Comer uma pipoquinha e, de preferência, dormir abraçadinho é melhor! A música de hoje é um clássico de Cássia Eller, do início da carreira...


O Dedo De Deus
(Arrigo Barnabé/Mário Manga)

...E no princípio Deus criou o céu
E no princípio Deus criou a Terra
A Terra, porém, tava um caos
E as trevas dominavam tudo

Daí o dedo de Deus fez a luz
Daí o dedo de Deus fez o homem
Daí o dedo de Deus fez aquela que seduz
E o mundo cresceu?

- O mundo cresceu. Tudo mudou. Alguém perguntou:
- Será que Deus mudou? Ou será que mudamos de Deus?
Será que Deus mudou?
Ou será que mudamos de Deus?

Será que quem criou o céu
É quem vai destruir a terra?
Será que quem criou a luz (da sombra)
É quem vai destruir a terra? (com a bomba)

Porque pra bomba explodir
Será que é homem?
Será que é mulher?
Será que aperta a hora que quiser?

Como será o dedo da mão de quem vai apertar o botão?
Como será o dedo da mão de quem vai apertar o botão?
Será que ele faz a unha pro dedo ficar bonito?
Antes de apertar o botão?
Antes de afundar o Japão?

E se seu filho morrer num atentado,
Se por acaso sua casa for escolhida,
For invadida por um ladrão, heim?
Será que ele vai pensar duas vezes
Antes de apertar?

Que perigo
Que perigo
Que destino, menino!
Que destino!
Será que Deus mudou? Ou será que mudamos de Deus?

Olha o dedo de Deus apontando pra mim
Olha o dedo de Deus apertando o fim
Olha o dedo na mão, olha o dedo no botão
Olha o dedo de Deus dizendo sim pro não

05 junho 2006

“Andar por outros mundos, outros assuntos, outro lugar”

Uísque, licor de cacau, blandy e vodka... O quinto ingrediente não é revelado nem sob tortura! Neste final de semana fui apresentado a um drinque bem original, com o nome sugestivo de “Miolo de Macaco”. Na sexta-feira, a bebida foi a sensação da madrugada no Postudo e fez minha cabeça mesmo. O drinque é avermelhado, com umas formações no centro do copo, dando a impressão de ser, realmente, um pequeno cérebro. Coisas de macaco pensante! Mas, por que o nome? Salvador é uma cidade em que a criatividade presente nos cardápios é impressionante. Deliciosa a bebida, mas, meu conselho: quem quiser experimentar, cuidado, derruba mesmo. Para acompanhar, Clarice Lispector, ou melhor, um filé aperitivo com outro nome curioso: Felicidade Clandestina. Comida e literatura estão sempre juntas por lá. Comer Clarice, ou melhor, viver uma Felicidade Clandestina é muito bom mesmo, sempre...

Penso agora o quanto meus finais de semana mudaram radicalmente nos últimos dias. Ainda não sei quantificar essas mudanças. Concordo que elas são necessárias, sempre. Algumas vezes as mudanças são impostas de forma brusca. Geralmente fazem muito bem pra alma. Outras, nem tanto. Mas romper a inércia é fundamental para a sobrevivência e estimula a saúde mental. Bom, neste fim de semana, além de provar o tal do “Miolo de Macaco”, fiz um roteiro nada convencional pela cidade. O objetivo: fugir dos lugares da “moda”, bares da Orla, cinemas e shoppings lotados, que são freqüentados sempre pelas mesmas pessoas e as novidades ficam restritas às mesmas coisas. Gosto da simplicidade, da espontaneidade. No domingo, passei toda a tarde no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, que possuí uma vista belíssima da Baía de Todos os Santos. Lugar ideal para assistir ao amistoso do Brasil.

Santo Antônio Além do Carmo é um lugar raro em Salvador, com seus casarões antigos, alguns, mesmo decadentes, são imponentes pela sua história. Moradores simpáticos e hospitaleiros, sentados nas portas de casa, espiando das janelas. Ali, o tempo passa sem pressa, num outro ritmo. Clima nostálgico de interior que ainda é vivido por seus moradores, mesmo na terceira maior capital do país... Até o dia 13 acontece por lá a festa em homenagem a Santo Antônio, com barracas na praça, bebidas e comidas... Gosto dessa época do ano. Ontem, a procissão emocionou os fiéis católicos que apareceram por lá. Eu, claro, fiz minhas orações (risos)...

E hoje estava lendo uma entrevista com o psiquiatra Roberto Shinyashiki, publicada na revista "Isto É". Achei interessante postar hoje aqui. O entrevistador, Camilo Vannuchi, fez a seguinte pergunta: Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus? A resposta do médico mexeu comigo.

“A sociedade quer definir o que é certo. São quatro as Loucuras da Sociedade. A primeira é: instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: você tem que comprar tudo o que puder. Por fim, a quarta loucura: você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar, indo à praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. Maior parte pega o médico pela camisa e diz: ‘Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz’. Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali, eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida”.


Noite e Dia
(Lobão/Júlio Barroso)

Nos lençóis da cama
Bela manhã
Um jeito de acordar
A pele branca
Gata garota
O peito a ronronar
Seu fingir dormindo
Lindo
Você está me convidando
Menina quer brincar de amar (bis)
No escuro do quarto
Bela na noite
Nas ondas do luar
Os seus olhos negros
Pantera nua
Querem me hipnotizar
E eu olho sorrindo
Lindo
Você está me convidando
Menina quer brincar de amar (bis)

01 junho 2006

Para um amor no Recife ou dignitati

Prometi pra mim mesmo que, durante estes dias de greve, não iria dedicar nenhuma linha do meu blog ao assunto... Quero falar sobre isso, sobre a mudança na rotina, os transtornos... Mas quero falar sobre isso depois! Agilidade jornalística aqui não é fundamental! Outro dia estava questionando o que é dignidade. O dicionário me trouxe uma resposta impessoal: “dignidade deriva do Latim, dignitati. Cargo que confere ao indivíduo uma posição graduada. Autoridade moral, honestidade, honra, respeitabilidade”. Respeito a si mesmo? Amor próprio? Logo me veio outro questionamento: dignidade tem preço? Para mim, e entre os meus, claro que não! E olha que não costumo me enganar facilmente com as pessoas. Descobri que para outras pessoas, ela tem preço, tem vencimento e é de longa distância. Calma, este post não é para você, desavisado, que está lendo meu blog agora. Este post tem destino certo, endereço, nome e sobrenome!

Como sou um ser racional, pensante e atuante, logo estava me questionando de novo: por que falamos tanto em dignidade? Por que questionamos tanto a dignidade alheia? Sei lá, talvez porque tenhamos medo, respeito, amor solene, reverência... Talvez porque vivemos aprisionados no "Castelo do Barba Azul". Às vezes acho que isso, esse questionamento, funciona como um mecanismo de autodefesa para justificar nossos erros ou os erros dos outros. Nunca os nossos acertos! Uma coisa que carrego comigo é que, para respeitar os sentimentos dos outros, é necessário respeitar os nossos próprios sentimentos e experiências. Não podemos, nunca, nos negar. Para isso, não precisamos ser omissos, nem dissimulados.

Normalmente quando se fala muito em algo, quando exaltamos uma qualidade nossa, que acreditamos ter, existem duas possibilidades: ou somos, de fato, muito bons naquilo, ou deixamos muito a desejar. Coisas que nem Freud explica, aliás, tenta explicar num fenômeno chamado de “projeção”. Coisas da alma... Mas isso é uma outra história... Nem com anos de análise, nem mesmo assim, conseguiríamos ser plenos em alguma coisa. A perfeição só existe nas letras de Renato Russo e Clarice Lispector.

Hoje eu quero mesmo é falar sobre a cidade de Recife... Já me disseram que é um lugar maravilhoso para passear, conhecer pessoas, curtir a noite, viver bons momentos de amor, sexo e traição, enganar... Lugar de encantos, de sotaque carregado, de gente bonita, hospitaleira. De tubarões e instituições bancárias... Recebe muito bem os visitantes! Ao todo, 39 pontes surgem ao longo da cidade, ligando as três ilhas que formam a capital pernambucana – Boa Vista, Santo Antônio e Recife Antigo – ao continente. Imaginem isso... Tentem visualizar esta imagem... Dizem que vista do alto, não nega o título que carrega, o de ser a Veneza brasileira, e olha que falo isso sem mágoa.

E vem de Recife um estilo musical, um movimento que adoro, é o Mangue Beat (ao pé da letra, batida do mangue). E como a música está presente em tudo, tudo mesmo, não poderia ser diferente agora. Este movimento vem da década de 90, e surgiu das ruas e vielas do Recife Antigo para reafirmar a cultura nordestina pelo Brasil. Adoro isso, essa irreverência, esta vontade de mostrar ao resto do país que o Nordeste também é digno. Chico Science e Fred 04, da Banda Mundo Livre S/A, foram os responsáveis e sintetizaram o que acontecia por lá, através de letra e música. Ao maracatu local, foi mesclado o rock. Tradição e modernidade juntas. Global e local propuseram um novo conceito para as coisas. Concordo que dignidade musical também é atitude! E, mesmo distante de Recife, sei o que acontece e aconteceu por lá...

Registros à Meia Voz - Pensei em postar hoje uma música do Chico Science mas, esta conseguiu sintetizar meu sentimento agora e deu razão a este post. Para um amor no Recife é uma música do Paulinho da Viola que adoro. Conheci essa música em 1998, no CD Registros à Meia Voz, de Marina Lima. Neste disco, ela canta magistralmente a composição do sambista, apesar de, nesta época, estar com a voz debilitada, comprometida por causa de uma depressão. Como conseqüência, gravou em estúdio um disco que seria ao vivo e ficou seis anos longe dos palcos. A música vale por tudo: pelo registro, pela letra, vale pela emoção da cantora, pela dor do compositor, pela interpretação. É uma música visceral... Vale principalmente pelo esforço que ela deve ter feito ao cantar, ao gritar pro mundo uma letra assim, tão forte e contundente, mesmo doente da alma.


Para um amor no Recife
(Paulinho da Viola)

A razão porque mando um sorriso
E não corro
É que andei levando a vida
Quase morto
Quero fechar a ferida
Quero estancar o sangue
E sepultar bem longe
O que restou da camisa
Colorida que cobria minha dor
Meu amor eu não esqueço
Não se esqueça por favor
Que eu voltarei depressa
Tão logo a noite acabe
Tão logo esse tempo passe
Para beijar você

31 maio 2006

Por que mudar hábitos é tão difícil?

Existe coisa mais difícil do que mudar nossos hábitos? Deixar um vício é quase sempre uma prova de fogo. Hoje é o Dia Mundial de Combate ao Fumo e, confesso, vivo às voltas com o cigarro. Deixo um tempo, passo a odiar o cheiro... aí sinto vontade de novo e pronto: vou lá e fumo mesmo. É difícil. Confesso que o esforço para deixar o vício é quase sobre-humano! Convivo com pessoas que não toleram o cigarro. Agora me empenho nisso e estou conseguindo. Espero que essa mudança de hábito seja definitiva, desde que eu não caia em tentação...

Soube que somente aqui na Bahia, um terço da população adulta tem o vício. As propagandas anti-tabagistas ainda são ineficientes, isso é fato. Acredito que a propaganda subliminar, o merchandising do cigarro, é muito mais eficiente e apelativo. Banida da mídia tradicional, a indústria de tabaco usa o próprio produto para fazer propaganda, exibindo fumantes, e estão por todos os lados: no cinema, na música, no teatro e algumas vezes nas telenovelas. E esquecemos que aquele cowboy, que fumava e fazia propaganda da Marlboro, morreu de câncer...

Por que fumar? Bom, como uma pessoa que está tentando deixar o vício, posso apontar alguns motivos: o cigarro é um companheiro fiel, está sempre disponível, alivia o estresse, estabelece uma pausa no seu dia para promover a reflexão... Os motivos para deixá-lo se superam: o cheiro é insuportável, fica impregnado no corpo todo, na roupa, cabelo, hálito... Fumantes inalam cerca de 4,7 mil substância tóxicas, emitidas pelo cigarro, das quais 60 são cancerígenas. Doença coronariana, infarto do miocárdio, doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema, doença cérebro-vascular, derrame e câncer são apenas alguns exemplos.

Não quero e não vou fazer parte de estatísticas! A música, na verdade, fala de outra coisa... Mas, isso já é uma outra história!


Cigarro
Zeca Baleiro

A solidão é meu cigarro
Não sei de nada e não sou de ninguém
Eu entro no meu carro e corro
Corro demais só pra te ver meu bem
Um vinho, um travo amargo e morro
Eu sigo só porque é o que me convém
Minha canção é meu socorro
Se o mar virar sertão, o que é que tem?
Dias vão, dias vem, uns em vão, outros nem...
Quem saberá a cura do meu coração senão eu?
Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu
O amor é pedra no abismo
A meio passo entre o mal e o bem
Com meus botões a noite cismo
Pra que os trilhos, se não passa o trem?
Os mortos sabem mais que os vivos
Sabem o gosto que a morte tem
Pra rir tem todos os motivos
Os seus segredos vão contar a quem?
Dias vão, dias vem, uns em vão, outros nem
Quem saberá a cura do meu coração senão eu?
Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu.

29 maio 2006

“Foguinho é muito sacana”

Criança é um barato mesmo... Verdadeiras, honestas, não mentem nunca, falam tudo que vêm na cabeça, sem censura e sem hipocrisia. Captam de longe o estado de espírito das pessoas. Neste final de semana, aniversário de oito anos de Breno, meu sobrinho, dediquei boa parte do meu tempo a elas: Dandara (minha afilhada), o aniversariante, Thaiana e Gabriel. A casa ficou lotada. E como recordar é viver, não faltou assunto em casa: família, amigos, novidades do “Beco da Baiúca”, nada escapou do olhar crítico para recriar interpretações para velhas histórias que conheço muito. O aniversário foi muito bom, barulho, crianças correndo, bolo, brigadeiro, guaraná... Adoro festa de criança!

Como havia prometido a Gabriel Castro Issa (ele sempre faz questão de dizer o nome completo quando lhe perguntam como se chama), iria pega-lo à tarde para vir ao aniversário. Como dormi a tarde toda, só cheguei em Brotas umas 18h30. Ele já me esperava na janela, pronto, presente na mão, e colocando em dúvida se eu iria pegá-lo ou não. Quem é Gabriel? Gabriel é filho de uma grande amiga minha – na verdade adoro a família toda, parentes que “escolhi” aqui em Salvador – um “neném” de três anos, esperto, inteligente, tagarela. Quando chegou lá em casa, foi logo soltando a pérola: “Quinho, Foguinho é muito sacana”. Não houve quem não gargalhasse! Isso após ele conhecer o novo morador lá de casa, “Foguinho”, um papagaio verde-amarelo, que deve ter uns dois meses de idade e tão inquieto quanto. Danado como só ele, foi bicado pelo bicho. Gargalhada geral! Que figurinha o cara!

Depois do aniversário, muitas coisas pra fazer, dar carona a uns convidados, levar Gabriel em casa, outro aniversário pra ir, enfim, noite fria e movimentada. Quando todas as possibilidades da madrugada já haviam sido esgotadas, apesar do frio e da possibilidade de chuva, fomos parar no Mercado do Peixe, eu e mais dois amigos. Gosto dali. Apesar de ser simples, o local geralmente é agradável, genuinamente baiano, desde as músicas, até a culinária típica (que quase nunca me arrisco). Dá a impressão que após a balada, o local é escolhido pela galera para tomar a “saideira”. Como o que vale mesmo é a boa conversa, a cerveja gelada, foi uma madrugada agradável... As horas passaram tão depressa, o bate-papo rendeu tanto que, quando olhamos pro relógio já eram quase 5h da manhã e a saideira nunca era a saideira. Acho que ninguém queria ir embora!

Quase não dormi e às 10h do domingo já estava sendo acordado, puxado da cama, literalmente (risos)... Fui convocado para um almoço, pra variar atrasei. O almoço foi bom, a companhia é boa e o papo não poderia ser melhor. Gosto do diálogo, acho que ele é o que mantém qualquer relação, seja de amizade, familiar, de cumplicidade, namoro, enfim. Diálogos inesperados sobre necessidades domadas (risos). Porém, tem que ser sincero, verdadeiro, e sinceridade é o que encontrei agora! Nunca conversei tanto, por tanto tempo, sobre vários assuntos: música, cinema, jornalismo, a inconstância das pessoas, administração do tempo, decepções, entretenimento, a noite de sábado, espiritualidade, passado, presente, futuro, problemas, família, futuro com planos. Empolgação!

Saiba – A música de hoje é uma composição de Arnaldo Antunes, cantada também por Adriana Calcanhotto. Fala de igualdade, de infância, da família, da inocência perdida, ou não. Da inocência que todos nós temos, até sermos transformados pela vida. Legal isso, essa nostalgia, as recordações, as mudanças, a saudade de uma época que não volta, mas, marca pro resto da vida. Divertir-se com os sobrinhos é ótimo... Agora, graças a Gabi, descobri que Foguinho é sacana! Vou ficar de olho...


Saiba
(Arnaldo Antunes)

Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem

Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu

Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar

Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano

Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao Tsé Moisés Ramsés Pelé
Ghandi, Mike Tyson, Salomé

Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você

26 maio 2006

Começando do meio, para por fim

Engraçado! Quando a gente se propõe a fazer um blog quanta coisa temos pra contar: nossas ações, problemas, emoções, aventuras... E quanta coisa muda. Nosso cotidiano (infinito e particular), vira história, disponível a todos. E nesta sexta-feira, mais um dia de chuva em Salvador, apesar te ter alguns desafios para superar, percebi uma deficiência minha: nunca escrevi uma poesia de verdade. Nunca me dediquei a isso. Não sei porquê... Talvez por falta de sensibilidade para pô-las no papel. Talvez por que os poetas que gosto e admiro me tolham a vontade de fazê-las. Na minha opinião, poesia é pra inquietar. Pra fazer pensar e não para endeusar os seus autores.

O poeta é aquele que transita entre o ópio da criação e a verve da inspiração. Voltado inteiramente para dentro de si, ele passa a expressar suas preocupações existenciais – o destino da humanidade, os desencontros amorosos, o amor, a solidão, a morte... Para ele, o poeta, o sentimento de mundo jamais é estéril, pelo contrário, são agentes catalisadores de um sentimento maior. O poeta não é frio como acontece com outras “profissões”, nem metódico, nem hermético como um dicionário. Ele apenas faz do oficio de escrever uma coisa maior... A idéia é exorcizar seus delírios e, por isso, eternizar ao mundo seus sentimentos.

Aguçar os sentidos. Sentir a vida pulsar e recriar o ritmo, a forma, a cor. Sentir as palavras e expulsá-las do silêncio. Criar. Escrever com o corpo todo. Partindo deste principio, de toda essa definição poética que criei agora, vou tentar me dedicar mais a este estilo literário, apesar de preferir os contos. E confesso que não há nada melhor do que ser homenageado com uma poesia. Isso sim, não tem preço. É a imagem que recriam da gente, baseado em vivência, interpretações pessoais, sentimentos. E nos faz pensar, tentar aprender com isso.

Essa aí embaixo foi feita pra mim, e eu adoro... Faz referência a tudo que gosto: sutilezas, metáforas, criação e à minha escritora favorita - Clarice Lispector.


Começando do meio, para por fim, você e eu

Clarisse me trouxe a pergunta que ainda não havia formulado
Trouxe-me na sua resposta
Eu finjo que não te namoro
Só pra depois ter o susto de nos ver enamorados

Esta brincadeira de mentira compartilhada ainda virará verdade?

Serei um parque de diversões quando crescer
Só pra transformar em verdade cada jogo de imagens e sons
Te levar pra longe daqui e perto do ócio

Mas tenho medo
Medo da quebra do encantamento
Medo de como a minha poesia pode te afastar de mim

Fico a buscar o lucro gerado pela poesia
Uma sedução literal de querer falar do amar
Desconstruir para ter o encontro
Afinal, o ser amável está na busca, na procura

Sedução? Não a nego
Meu nêgo você já é dono dela
Segue decodificando o meu saber, truncado
Uma linguagem que só a ti cabe decifrar

Já conheço a mim mesmo, por isso me devoro
Por isso não devo mostrar-me a ti
Mas sou inocente
Inocente da culpa de te amar
Permita-me que eu faça poesia, que alcance a catarse
Mas aqui já não há inocentes

A moral que vale é a ética que divido contigo
O encantamento que terá é do Mestre dos Magos
Da bruxa, se preciso for
Feitiço dos tempos modernos...

Meu interesse é pelo belo
A felicidade? É clandestina
O sol branco é o hélio que me come

Nego o abandono mas, é ele que destroça meu peito
Mas é ele também que gera antropia
Essa manifestação orgânica do meu consciente é meu vício

Mastrar-te essa poesia será como a minha eutanásia
Lê-la, então, trará o vira-mundo
Deixará as nossas vidas sob a Terra
Fará o sol nascer aqui e agora

Não quero te libertar desse amor, ele alimenta minha lírica
Quero a sua voz, rindo, lendo, contando histórias
Quero-o meu herói, meu mestre
Ensina-me a deitar com a poética das letras

Ser...

25 maio 2006

"The Da Vinci Code"



Com aquela confusão de ontem na cidade – estudantes e rodoviários impedindo o trânsito – resolvi não ir para a faculdade. Também, não tava com a menor vontade de assistir a mais uma palestra sobre Jornalismo Econômico. Saí do trabalho e fui direto para casa, resolvi algumas coisas pendentes e passei na locadora para devolver um filme (não agüento mais pagar multa!). Depois de muita insistência, saí de casa lá pelas 21h e passei no Iguatemi. A verdade é que tô cansadão, quase dormindo acordado. Quando voltei para casa já eram quase 2h da madrugada. Complicado! Principalmente quando temos que acordar às 6h30. Mas, valeu pela insistência. Soube através de um agente de viagens amigo meu que a Gol vai lançar hoje uma promoção imperdível! Passagens aéreas a R$ 25. Nada mal, só falta divulgarem os roteiros. Quem sabe não rola um final de semana diferente?

Hoje quero comentar sobre O Código da Vinci, maior evento cinematográfico do ano, que deverá bater recordes de bilheteria pelo mundo. Concordo que livro é livro e cinema é outra coisa. Este pode até transmitir elementos reais, mas, nunca a totalidade do real. Apesar de todos saberem que se trata de uma obra de ficção (contradizendo Dan Brown), é sempre a mesma história: comparações com o romance que deu origem ao roteiro são inevitáveis. Confesso que prefiro o livro.

A equação proposta pelos realizadores de O Código da Vinci é infalível: adaptação de um romance que vendeu milhões de cópias (Don Brown); Tom Hanks, Audrey Tatou, Jean Reno no elenco; Ron Howard na direção (A luta pela esperança, Desaparecidas e Uma mente brilhante). Polêmica religiosa e muito dinheiro em propaganda deram um molho especial ao filme e estimulou bilheteria. Confesso que conheço pessoas que acompanharam cada nota na mídia sobre o filme. Está combinação im “perfeita” não me agradou. Faltou alguma coisa... E olha que não sou católico. Conservador é uma coisa que não sou nem sob tortura! Não sei dizer exatamente o que faltou no filme. Talvez por ter a certeza de já ter criado aquilo tudo na mente ao ler o livro...

Mas, que essa historinha é conhecida, isso é. O problema crucial da narrativa do filme é quando as explicações teóricas passam a dominar a narrativa. É uma espécie de "vômito" informativo, tipo tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Culpa de Dan Brown, que supervisionou de perto a realização do filme. Mas, mesmo num filme de ficção, a pergunta é inevitável: E se tudo fosse verdade?

Expectativa - Hoje vou editar mais um vídeo. Essa história de manipular imagem, texto e trilha sonora é muito legal. Quando há sincronia então... Só falta definir a trilha sonora!



A Balada do Cachorro Louco
(Lenine, Lula Queiroga E Chico Neves)

Eu não alimento nada duvidoso
Eu não dou de comer a cachorro raivoso
Eu não morro de raiva
Eu não mordo no nervo dormente


Eu posso até não achar o seu coração
E talvez esquecer o porquê da missão
Que me faz nessa hora aqui presente
E se a minha balada na hora h
Atirar para o alvo cegamente
Ela é pontiaguda
Ela tem direção
Ela fere rente
Ela é surda, ela é muda
A minha bala, ela fere rente

Eu não alimento nenhuma ilusão
Eu não sou como o meu semelhante
Eu não quero entender
Não preciso entender sua mente
Sou somente uma alma em tentação
Em rota de colisão
Deslocada, estranha e aqui presente

E se a minha balada na hora então
Errar o alvo na minha frente
Ela é cega, ela é burra
Ela é explosão
Ela fere rente
Ela vai, ela fica
A minha bala ela fere rente

24 maio 2006

Um martelo, o cinema, a religião e a morte...


No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde: "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos". "Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango. Emocionante! Esta pequena cena é o momento mais marcante do filme. Mágica do cinema! Como diria Emanuela Yglesias nas aulas de audiovisual, é o plot-point da narrativa cinematográfica. Brilhante!

Só que a vida, para ser mudada, às vezes precisa de mais. Outras vezes não, o que temos basta. E não precisamos ser cegos para mudá-la, mas nem sempre essa mudança é benéfica. Deve ser uma mudança pensada. Fiquei chocado quando li sobre a morte da baiana Carla Souza, de 37 anos, e seu filho Caíque, de 11 anos, que viviam há mais de dez anos nos Estados Unidos. Ambos assassinados com golpes de martelo por Jeremias Bins, marido de Carla e também brasileiro. Será que ele quis dar uma mudança sem volta à sua vida? Às vezes fico imaginando o que pode motivar um crime passional. Matar por matar? Prazer? Desespero? Carma? Dívidas da alma? Morar no Brasil favorece? E quem mora nos EUA? Confesso que o jornalismo investigativo e policial é um dos que mais me excitam profissionalmente, mas, não consigo deixar de me surpreender quando assisto ao noticiário ou leio a página policial de um jornal. A fraqueza humana está toda ali...

Enquanto a imprensa baiana se esforçava ao máximo para encontrar os parentes de Carla – descobriu-se depois que ela era de Feira de Santana – as opiniões e sugestões para o motivo do crime foram muitas. E os incansáveis jornalistas, sempre lá, coitados, como abutres atrás da caça, correm atrás de dolorosas declarações de familiares. Estes, por sua vez, ouvem pela televisão que seus familiares estão mortos, desfigurados a golpes de martelo. Desfaz-se sonhos... Casada há dois anos com Bins, com certeza ela acreditava na felicidade. Mudou de cidade, aprendeu outra língua, conviveu com outra cultura... Mas, seu grande "defeito", aliás, dela e do seu filho, era a religião: eles freqüentavam a igreja Mórmon! A polícia local informou que Jeremias – católico –, matou os dois por não gostar da religião que praticavam.

Fico então imaginando: católico fervoroso, mesmo morando nos Estados Unidos, país que não tem tradição católica... Como foi capaz de uma atitude bárbara deste tipo, clara intolerância religiosa? Tempos modernos... Imagina se ele está morando na Bahia? Será que se escandalizaria com as ações, atitudes e sincretismo do Padre Pinto? Parece roteiro bizarro de filme, que pode muito bem ser americano...

O código instrumental da missão impossível

Engraçado, hoje acordei com uma música do Gil na cabeça. E olha que isso não acontece comigo há um bom tempo: acordar cantando! “Quando a gente tá contente/Tanto faz o quente/Tanto faz o quente/Tanto faz o frio/Tanto faz/Que eu esqueça do meu compromisso/Com isso e aquilo/Que aconteceu dez minutos atrás/Dez minutos atrás de uma idéia/Já dão pra uma teia de aranha crescer e prender/Sua vida na cadeia do pensamento/Que de um momento pro outro começa a doer”. A grande sacada do homem é saber aproveitar o tempo. A verdade é que hoje penso em coisas que há muito tempo não pensava. Descobri que preciso de muito pouco pra ser feliz e me divertir. Final de semana prometeu e não me decepcionou! Acho que nunca tive uma programação tão intensa nos últimos... no último ano. Quebrar paradigmas é a palavra. Perfeito, divertido, intenso... Ah, o título é hibrido do meu final de semana!

Como já disse, além dos momentos bons, neste final de semana também vivi algumas coisas estranhas. Experiência envolvendo sensações, desejos, sentimentos, pensamentos e percepções. Além de teorias e elocubrações sobre a Cabala. Pode? Claro que pode e eu tô feliz! Calma! Não passei o final de semana embreagado ou me drogando. Mas que fiz uma viagem etérea, ah, isso eu fiz. Acho que até tive contato com o sagrado. Uma experiência única comigo mesmo, mas, isso é motivo para um outro post. Como este blog não tem o intuito de ser um “manual de um animal sentimental”, não vou detalhar estas experiências aqui. Fica como um bom momento para mim e para quem esteve comigo!

Vou explicar para vocês minha "via-crusis": sexta-feira trabalho, passar em casa para tomar um banho, trocar de roupa... percebi que a noite logo estaria comprometida (deveria ir à faculdade mas tive o caminho desviado, quase um sequestro!). Saí, encontrei gente legal, bebi algumas cervejas, conversei e me diverti muito. Cheguei em casa quase ao meio-dia do sábado. Sábado, 10h30, descubro que tenho uma carona para o final de semana em Aracaju mas já era tarde (por motivos de força maior, relacionados à noite de sexta, não pude ir. Valew Zé pelo convite!). Depois, sessão de filmes no Multiplex, com direito a Missão Impossível e o tão criticado O Código da Vinci. Para fechar o final de semana, fui assistir no domingo à noite, o Festival de Música Instrumental no TCA. A grande frustração ficou por conta do instrumentista Ramiro Mussoto. Apesar de adorar o trabalho do cara, consagrado e presente na obra de cantores que adoro, não pude assistir sua apresentação. Sem condições, né Fá? Não dava mais para permanecer ali. Fomos ao Solar das Orquídeas tratar da mostra, roteiro e outros assuntos.

Alguns devem estar se perguntando: “você fez tudo com quem?”. Não importa! Estive sempre bem acompanhado. Estou feliz e voltei a sorrir. Uns acham que é isso, outros, com certeza, afirmarão: é aquilo! Repito, no momento, não importa. O que importa é que estou feliz. Os quem me conhecem, estão felizes por mim. Quem me faz feliz, e eu tento retribuir, está mais feliz ainda. Legal recuperar os sentidos!


Guardar*

Guardar...guardar...guardar...
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la
Em cofre não se guarda nada
Em cofre perde-se a coisa à vista
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la
Mirá-la por admirá-la
Isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado
Estar acordado por ela
Estar por ela
Ou ser por ela


*Re-descobri este poema agora, que não recordo o nome, do Antônio Cícero – filósofo, compositor e irmão de Marina Lima. Estava ouvindo o disco "O Chamado", quando ela recita esse poema no começo da faixa Deve ser Assim. Gosto dele! Muito! Tenho mania de querer guardar. Guardo tudo! Mas tô me desprendendo disso... Esse poema joga na minha cara que o melhor jeito de guardar as coisas é exatamente esse sugerido pelas letras: não possuí-las em lugar nenhum. Pelo menos em nada que seja palpável. Deixa-las guardadas apenas na memória. Isso tem relação direta com um processo maior de auto-conhecimento. Um dia eu aprendo e relato aqui para vocês.