03 agosto 2006

Parece mesmo que tudo isso foi ontem...

Fazer aniversário, até uns oito, nove anos, era uma diversão... Ficava na porta de casa esperando os convidados, aliás, convidados, não, os presentes... Minha mãe fazia questão de comemorar o dia, que envolvia todos lá em casa! E sempre às 5h55 da manhã (horário que nasci), ela fazia questão de me acordar para me dar os parabéns... Adorava aquilo e ainda gosto quando ela me liga cedinho. Depois, passei a não gostar da data. Hoje, apesar de ainda não gostar muito, convivo de forma harmoniosa com isso. E parando para olhar para trás, parece mesmo que tudo isso foi ontem... O tempo passa rápido mesmo! E lá já se vão 26 anos. Dez dos quais vivo em Salvador. Hoje, os parabéns começaram cedo, mensagens, telemensagens, parabéns via MSN, Orkut...

Como é impossível passar imune a tantas coisas na vida, também é impossível não fazer um balanço de todo este tempo... Nada pra mim foi fácil! Não sei se faria tudo que fiz outra vez, mas, não me arrependo do que fiz, nem do que não fiz... Conheço algumas pessoas que, por muito menos, teriam desistido. Como não desisto fácil, de nada, estou hoje escrevendo esse texto. Pequenas e grandes conquistas, decepções, dores, amores, paixões, desilusões, dificuldades, aprendizados. Sei o peso de cada um destes adjetivos. Quebrei a cara algumas vezes e não aprendi... Muita coisa passou, outras, ficarão para sempre: amigos verdadeiros, saudade, situações impagáveis, pequenas conquistas, muitas coisas grandes pra conquistar. Caminhei bastante... Muitas vezes não cheguei a lugar nenhum. Paciência...

Guardo ainda alguma essência do Marcos que saio do interior para morar aqui, embora boa parte dele tenha ficado perdido em algum lugar do passado. O Marcos Paulo Sales que hoje escreve este texto é outro! Hoje tenho uma concepção diferente das coisas, das situações, das pessoas. Acredito que tudo pode ser mais simples... Mudei muito, não sei se pra melhor mas, vivo melhor comigo mesmo. Aprendi muito é posso afirmar que não sou efêmero em nada que faço. Quando acredito, vivo tudo de forma intensa, visceral.

Hoje me sinto bem parecido com essa letra de Caetano: “Onde será que isso começa/ A correnteza sem paragem/ O viajar de uma viagem/ A outra viagem que não cessa/ Cheguei ao nome da cidade/ Não a cidade mesma espessa/ Rio que não é Rio: imagens/ Essa cidade me atravessa/ Ôôôô êh boi êh bus/ Será que tudo me interessa/ Cada coisa é demais e tantas/ Quais eram minhas esperanças/ O que é ameaça e o que é promessa/ Ruas voando sobre ruas/ Letras demais, tudo mentindo/ O Redentor que horror, que lindo/ Meninos maus, mulheres nuas/ Ôôôô êh boi êh bus/ A gente chega sem chegar/ Não há meada, é só o fio/ Será que pra meu próprio Rio/ Este Rio é mais mar que mar/ Ôôôô êh boi êh bus/ Sertão ê mar”...

É isso, fazer 26 anos hoje, me deixou leve e me fez sentir querido... Fiquei com vontade de postar essa música, de um CD que adoro, e que escuto desde ontem...


O Meu Sim
Marina Lima
Composição: Marina Lima/Antonio Cicero

E eu quisera ser só eu
Quando o mundo era menor
E hoje eu sei
Que sou mais eu
Prá melhor ou prá pior

E eu vou seguindo
Alguns sinais
Que primeiro eu inverti
Mas quando puder olhar prá trás
Você vai brilhar ali

Perigo na esquina
Proibido parar
Antes de chegar a mim
Minha vida absurda
E a terra a girar
Quem escuta o meu sim?
Quem escuta o meu sim...

Quem sabe um dia
Eu lhe descrevo
Estes círculos que penso
Ao navegar por certos trevos
Em que os sonhos são mais densos

E às vezes alta madrugada
Ficam dúvidas com tudo
Talvez o fim seja nada
E a estrada seja tudo
Perigo na curva
Proibido parar
Antes de chegar a mim
Minha vida absurda
E a terra a girar
Quem escuta o meu sim?
Quem escuta o meu sim...